quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Como eu poderia pensar em deixá-la pra trás?!

Há poucas semanas, fui jogar basquete numa quadra aqui perto, na beira-mar, como de costume... Enquanto aguardava o término da ginástica, do lado de fora da quadra, que estava sendo utilizada pelas pessoas para a prática de exercícios ao ritmo de música e com a orientação de um animado instrutor, sentado em um banco de concreto, avistei uma garota batendo uma bola de basquete, alguns bancos mais ao lado do meu... Ela me chamou a atenção imediatamente, por ser uma garota e estar batendo bola ao mesmo tempo. Esta atitude de jogar bola, seja o esporte que for, sempre me atraiu nas garotas. É algo de que gosto e admiro. De certa forma, é como se demonstrasse um conjunto de virtudes, como coragem, personalidade... Sem falar no provável espírito de amizade, na força de carácter e na saúde mental e física possibilitados pela prática dos esportes em geral. São aspectos muito importantes, que orientam minha compreensão sobre a beleza de uma pessoa. Tornam a pessoa mais bonita pra mim. Ela parecia estar aguardando, assim como eu, o início do horário reservado ao basquete. Embora ela já tivesse me chamado a atenção pelo simples fato de ser uma garota jogando bola, eu estava tranquilo no meu canto e não esperava chamar a atenção dela, nem imaginava o que aconteceria logo depois, durante os jogos...

Como eu acho legal uma garota jogando, me animei logo por jogar com ela ou mesmo contra ela... Claro que é legal jogar com qualquer pessoa, mas quando jogo com uma garota legal, como ela me pareceu ser, alguma coisa muda. Não se trata de dar chance a ela, por ser menina, como se ela fosse café com leite, nada disto! Eu continuo me empenhando. Só que me sinto completamente diferente! É como se o jogo se tornasse uma brincadeira divertida de criança... E eu, de repente, me sinto em casa... Posso dizer que é uma sensação muito boa! É muito gostoso e divertido! Senti isto naquela noite. A noite toda! Por causa dela!

Como se não bastasse a sensação que ela já me proporcionava, num certo momento, no qual estávamos conversando ao lado da quadra, - Provavelmetne por termos perdido alguma partida... Quem perde sai! - Ela ainda me disse algo realmente surpreendente! Eu imagino que ela não faça a menor idéia do quanto acertou ao dizer aquelas três palavras... Soltou uma após a outra, como se fossem vindo ao acaso em sua mente, mas certamente não foi assim que aconteceu. Ela demonstrou muita sensibilidade e isto chacoalhou a minha intuição e minha curiosidade, que já estavam despertas, por saber mais sobre ela. Talvez eu tenha a oportunidade de demonstrar a ela o quanto incrível foi o que ela disse, se tivermos a oportunidade de nos conhecermos melhor. Ela disse o seguinte: "Você é padre? Você parece padre.". Perguntei se seria pela boina que eu usava, mas ela refutou a tese de imediato... Tal sensação estaria motivada por outra razão. Na hora, ela não se aprofundou no porque da sensação que havia tido, mas logo soltou outra... Disse: "Um médico... Parece um médico." E logo em seguida: "Ou um filósofo." Quando ela falou filósofo, pronto! Era como se eu já estivesse emocional e ideologicamente nú ali na frente dela! Foi incrível a extrema simplicidade com a qual ela me associou à três profissões tão relacionadas à minha vida e ao meu jeito de ser! Eu me senti sem palavras! Nem me lembro o que disse à ela, porque minha cabeça ficou parada no que ela havia dito!

Daquele dia em diante, passei a ir jogar basquete e sempre acabava pensando nela durante o caminho. Durante o percurso até a quadra, sempre que me imaginava chegando lá na quadra e encontrando com ela, logo percebia que um sorriso espontâneo havia se estampado no meu rosto, tão naturalmente, como se ela estivesse realmente ali mesmo na minha frente! Devem ser cenas engraçadas, do ponto de vista dos outros... Um sujeito caminhando que, do nada, abre um sorriso enorme!... É que a imaginação de vê-la é tão real em minha mente... Tenho a memória tão clara do rosto e do sorriso dela, que sempre sorrio quando me imagino encontrando com ela. É bem legal! O sorriso dela é lindo! Ela parece um golfinho quando sorri. É uma graça!

Enfim, para encurtar... Como eu poderia deixar passar despercebido tudo isto?! Não vejo como! Não compreenderia razão que me dissesse para ignorar tantas sensações boas! Por esta razão, decidi vir escrever sobre isto hoje... Para deixar um testemunho sobre como devemos agir diante das situações especiais da vida... Sempre que caminho na rua, indo jogar basquete ou por quaisquer outras razões, passo por centenas de pessoas tentando encontrar sinais de alguém especial. Por incrível que pareça, é extremamente raro! As pessoas muitas vezes parecem completamente desemocionalizadas... Parecem se esforçar para seguir este ou aquele comportamento e se esquecem de serem naturalmente elas mesmas... O que senti nesta garota é algo muito raro e quero muito poder compreender exatamente o que é. Por várias vezes, depois daquele primeiro dia, fui jogar basquete e ela não estava... Sempre que ela esteve lá, o mesmo sorriso nascia em mim... A mesma alegria... Como se eu fosse um garoto e estivesse em casa brincando... Sei que é grande a possibilidade de ela me interpretar mau de alguma forma. Afinal, meu comportamento é um tanto incomum e muitas vezes as pessoas não sabem como interpretá-lo. Mesmo assim, não deixarei algo tão especial passar em branco! E torcerei para que ela siga o que o seu coração lhe disser... Quanto a vocês, que por acaso leiam este texto, tratem de fazer o mesmo em suas vidas!

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